Professor da Escola de Negócios da FADERGS dá dicas para quem deseja complementar a renda neste período

A Páscoa é um feriado importante no calendário comercial e afetivo dos brasileiros, que adoram trocar presentes, especialmente os tradicionais ovos de chocolate. Além de comemorar com as pessoas queridas, este é um bom momento para aproveitar e garantir uma renda extra. Mas fique atento se for investir na fabricação de ovos de Páscoa: é fundamental saber trabalhar com essa matéria-prima tão especial que é o chocolate.

Segundo o coordenador da Escola de Negócios da FADERGS, Diogo Pires, há duas questões fundamentais a se fazer antes de investir na venda de ovos de chocolate: “Primeiramente, saber se há um bom produto, com qualidade e atrativo. Depois, avaliar se há público, uma forte rede de contatos: pode ser um alto número de seguidores em redes sociais ou um bom grupo do condomínio ou do local de trabalho”.

Se as respostas para as duas questões forem sim, é hora de montar seu plano de marketing. “O marketing é feito de escolhas. Quando você escolhe um posicionamento, necessariamente abre mão de outro. Então defina: ‘vou fazer um produto popular, vender barato e ganhar na quantidade’ ou ‘vou desenvolver um produto diferenciado, focando mais na qualidade e com valor agregado’.”

Pires lembra que os ovos no supermercado custam muito mais caro que o chocolate em barra pois as indústrias geralmente pagam royalties para inúmeras marcas. Neste ano, alguns ovos estão até 26% mais caros em relação a 2023, de acordo com pesquisa realizada pela Horus. Então, é possível desenvolver um produto mais barato, que dê margem de lucro e chegue competitivo ao consumidor. Outra estratégia é investir em ingredientes nobres, diferentes formatos e recheios, e embalagens diferenciadas, agregando valor ao produto. A decisão deve levar em conta o tempo e recursos disponíveis, a capacidade de produção e o público-alvo.

Aposta na proximidade com público-alvo

Aluna do curso de Biomedicina da FADERGS, Júlia Heissler, 20 anos, encontrou neste período uma oportunidade para garantir uma renda extra vendendo ovos de colher e fazendo algo que já era uma diversão. “Sempre gostei de fazer doces, mas nunca tinha trabalhado com isso”, comenta Júlia.

Apesar de já ter alguma familiaridade com a confeitaria, a estudante, que realiza as vendas com uma amiga, conta que o início foi mais complicado do que esperava. “A gente achou que ia ser mais fácil, porque sempre fizemos doces juntas, de forma caseira, mas quando se trata de vender para outras pessoas, o processo de produção deve ser mais profissional”, ressalta. O primeiro passo para colocar em prática o planejamento foi aprender técnicas para trabalhar com o chocolate. “Foi necessário pesquisar locais de venda de ingredientes e embalagens, o que demandou a comparação de muitos preços até encontrar produtos de boa qualidade e com melhor custo”, recorda Júlia.

Aplicando os aprendizados adquiridos na Escola de Saúde do Centro Universitário e na área da confeitaria, pela internet, foram priorizados os cuidados com a higiene na produção dos alimentos. “Demoramos para começar a divulgar os produtos porque fizemos testes com muito cuidado, até chegar no ponto ideal, em que percebemos que estava com ótima qualidade e bonito, sendo algo que teríamos vontade de comprar”, relembra ela sobre o início da produção.

A conciliação entre aulas, trabalho e as atividades de Páscoa limita a disponibilidade para a produção dos chocolates. Sabendo disso, ela estabeleceu para o projeto temporário o público-alvo de pessoas próximas, como familiares, amigos e colegas da faculdade, o que foi importante na hora de decidir os meios de exposição dos produtos. “A divulgação tem sido feita só nos nossos perfis pessoais nas redes sociais, chegando nas pessoas que nos conhecem, já que a ideia é ser um projeto de renda extra durante o período que compreende a data”. Apesar da estratégia de venda bastante nichada para dar conta das encomendas, Júlia valoriza opções diversificadas e oferece oito sabores diferentes aos clientes.

Seja qual for o tipo de ovo de Páscoa escolhido, capriche na embalagem e tenha boas fotos de divulgação. “Hoje em dia, todos têm uma boa câmera no celular, então pense na composição, na iluminação, na escolha do filtro certo para produzir fotos que encantem o consumidor”, orienta Pires. Júlia lembra que a atenção aos detalhes pode fazer toda a diferença com o cliente: “Pensamos em tudo, dos ingredientes bem selecionados, até o lacinho e o adesivo que incrementam a embalagem, deixando evidente o cuidado com cada pedido”.

Alternativas aos ovos de Páscoa

Para quem não pretende comprar ovos de Páscoa, presentes alternativos também fazem sucesso. “Criança gosta de brinquedo e gosta de chocolate, não importa o formato”, lembra o professor. Uma cesta cheia de guloseimas pode encantar mais que um único ovo. Pires dá a dica de comprar em atacados e dividir em família.

Montar cestas com chocolates e doces tradicionais também pode ser uma alternativa de renda para quem não quer produzir ovos em casa. “Adicionando elementos que remetem à data, como coelhinhos e cenourinhas, pode ser de EVA, arrematando com um celofane e um belo laço, já se tem um presente de Páscoa que vai encantar”, sugere o professor.