Black Friday exige planejamento para evitar compras por impulso
 

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Black Friday exige planejamento para evitar compras por impulso

29 / Novembro / 2023

Vale a pena aguardar a promoção para efetivar uma compra desejada, mas é preciso estar atento a ciladas

 

Oficialmente, a Black Friday é a queima de estoques que o comércio realiza na última sexta-feira de novembro, logo após o feriado de Ação de Graças, tradicional nos Estados Unidos. O mote foi incorporado ao calendário do varejo brasileiro, e praticamente extrapolou para todo o mês de novembro. Mas, com tanto estímulo e anúncio de ofertas, é preciso se policiar para não sair gastando por impulso e conseguir aproveitar o período para comprar o que realmente precisa.

Para as pessoas que estão com dinheiro curto, é preciso fugir dos impulsos, daquela oferta que parece muito boa, mas que é algo que normalmente não comprariam. Vale a pena esperar a data para efetivar uma compra específica, que realmente esteja precisando, especialmente as de valores mais altos, como móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Também dá para aproveitar para antecipar os presentes de Natal e mesmo comprar coisas do dia a dia que estejam com preço bom e que já fazem parte da rotina, como supermercado”, orienta o professor da Escola de Negócios da FADERGS Jorge Ussan.

O economista alerta que é preciso estar atento ao preço final da compra, observando juros, frete ou outras taxas. “Não adianta o valor do desconto ser reintegrado no final como taxa de entrega. Da mesma forma, é preciso acompanhar o histórico de preços daquele produto, há diversas ferramentas na internet que fazem esse monitoramento para saber se o preço não inflou para então baixar novamente ao patamar normal”, alerta o especialista, mencionando uma estratégia já conhecida como “black fraude”.

Além da maquiagem de preços, é preciso tomar cuidado com outras fraudes e golpes, que já se tornaram comuns na internet e tendem a aumentar em épocas de maior volume de vendas. “Mesmo comprando de uma loja conhecida, é preciso cuidar a URL, o endereço que aparece na barra do navegador, que deve começar com “https”, a fim de evitar páginas gêmeas falsas e fraudulentas. Quando o vendedor é pouco conhecido, a consulta ao Reclame Aqui também ajuda a solucionar dúvidas”, indica Adalto Selau Sparremberger, professor dos cursos de Tecnologia da FADERGS.

Além disso, utilizar cartões digitais, evitar redes Wi-Fi e navegar em aba anônima também diminuem riscos de cair em golpes, ter dados roubados ou fazer compras com falsos descontos. “O cartão virtual pode ser emitido para operações únicas, o que evita clonagens feitas a partir da prática de phishing, facilitada pelo uso de redes wifi públicas ou abertas, que são mais vulneráveis.

Já a utilização da aba anônima evita que o algoritmo mostre o produto a todo momento e com ofertas irreais”, explica Sparremberger. Pagamentos em PIX também requerem atenção: “Deve-se conferir o titular da conta antes de efetuar o pagamento. Muitas vezes essa forma de pagamento está atrelada a ofertas-relâmpago, em que golpistas utilizam o fator do tempo para gerar urgência na compra, e o consumidor acaba não tomando todos os cuidados necessários. Vale salientar que conseguir o estorno do PIX é mais complicado do que no cartão de crédito”, ressalta o professor.

Com todos os cuidados tomados, quem está com uma folguinha na conta bancária pode aproveitar para comprar algo que deseja, mesmo que não seja um item de necessidade básica. Em todos os casos, é preciso considerar se tem desconto no pagamento à vista e se existe alguma possibilidade de cashback.

Se diz que o parcelamento é sem juros é porque os juros já estão embutidos no preço à vista, sendo assim, é melhor parcelar mesmo. Já o cashback, aquela devolução de uma porcentagem do valor da compra mais tarde, equivale a um desconto, e vale a pena se o valor final, já considerado esse retorno, for o melhor preço. Mas geralmente esse recurso está atrelado a algum tipo de cadastro, que pode resultar até em spam e ligações indesejadas”, adverte Ussan.

 

Dicas para fazer boas escolhas e evitar golpes:

– Pesquisar o histórico de preços dos itens desejados;

– Evitar compras por impulso que gerem endividamento;

– Preferir loja física ou retirar o produto presencialmente, sem frete;

– Consultar a reputação do vendedor;

– Verificar a URL do site (deve iniciar com https);

– Priorizar cartão digital de operação única;

– Conferir o titular da conta em pagamento via PIX;

– Evitar redes Wi-Fi públicas ou compartilhadas;

– Navegar na web em abas anônimas.